Tecnologias de redes de longa distância

 A necessidade de atender as metas de negócios das empresas implica aumentar o alcance das redes locais. A limitação dos meios de transmissão, seja pela incapacidade de vencer grandes distâncias, como os cabos de par trançado ou pelo alto custo dos enlaces com cabos de fibra ótica, direciona para as operadoras de telecomunicações a solução para interligação de redes locais.

Quando uma empresa ou mesmo um usuário doméstico precisa se conectar a uma rede externa, seja ela uma filial da empresa na mesma cidade ou à internet, invariavelmente necessitará dos serviços de uma operadora de telecomunicações. Você vai conhecer as principais tecnologias de redes de longa distância oferecidas pelas concessionárias de serviços de telecomunicações.

ADSL

Sem dúvida, o método de acesso à internet mais popular hoje em dia é o proporcionado pela tecnologia ADSL. A grande vantagem desse serviço é o compartilhamento da linha telefônica do usuário com o enlace de dados, em que os sinais de voz e dados viajam no mesmo par de fios até o armário da operadora. A Figura 10.1 ilustra como é possível esse compartilhamento. 



O cabo telefônico que chega ao assinante carrega, em modo banda larga, dois blocos de frequências distintos, voz (baixa frequência) e dados (alta frequência), que são separados pelo filtro passa baixas. O papel do modem ADSL é fazer a comunicação com o DSLAM, o equipamento responsável por conectar os assinantes na internet. As vazões de dados suportados por essa tecnologia variam entre 512 Kbps a 8 Mbps e dependem da qualidade do cabeamento que chega ao assinante. O filtro evita ruídos de alta frequência e garante uma convivência perfeita de voz e dados no mesmo meio físico. Outra tecnologia que compartilha o meio de transmissão é a internet a cabo.

Internet a cabo

Semelhante à tecnologia ADSL, o acesso à internet através de provedores de TV a cabo é uma alternativa que compartilha o mesmo meio de transmissão para levar televisão de alta definição e conexão com a internet de alta velocidade. As velocidades podem chegar a até 120 Mbps com cabeamento de fibra ótica. A Figura 10.2 mostra como funciona essa tecnologia.


Os sinais de radiofrequência são captados do satélite e misturados com os dados modulados pelo CMTS, o primo do DSLAM da tecnologia ADSL, e enviados via cabo para a rede. O assinante deve ter o modem para modulação do sinal de rádio para dados e o decodificador para controle de acesso aos canais de TV.

Hora da reflexão. Imagine agora o cenário de uma empresa com sede em Porto Velho e escritórios nas seguintes cidades do país: Manaus, Belém, Cuiabá, Recife, Brasília e Vitória. A empresa precisa interconectar todos os escritórios regionais com a matriz de forma segura e com conexões de velocidades distintas. Como resolver esse problema?

Vamos conferir o seu raciocínio. Se você optou por contratar conexões à internet em todas as filiais e na matriz através da tecnologia ADSL ou internet a cabo você não está errado! Porém, essas opções têm vazões de dados variáveis e podem apresentar atraso acima do suportado por algumas aplicações, como acesso a banco de dados, por exemplo. Além disso, os dados da empresa estariam trafegando em uma rede pública e, embora com proteções, algumas empresas não aceitam tal situação por motivo de segurança. Para atender a esses requisitos, o empresário, então, contrata circuitos dedicados, para interligação dos escritórios com a matriz estipulando vazão de cada um deles, o atraso mínimo do circuito e prioridade para voz e vídeo.

Essas condições, além do desembolso mensal por parte do cliente, fazem parte de um contrato entre a operadora e a empresa. Você vai conhecer agora as principais tecnologias para interligar redes privadas empresariais oferecidas pelas operadoras de telecomunicação. 

Circuitos ponto a ponto

Também chamados de circuitos dedicados, os circuitos ponto a ponto são usados para conexão com a internet ou para comunicação com uma localidade remota, como uma filial da empresa em um bairro distante ou em outra cidade (Fig. 10.3). 


A operadora fornece todo o equipamento para o cliente nos dois pontos. Esse serviço é, normalmente, mais caro do que os serviços que compartilham a rede da operadora como o chaveamento de pacotes que veremos a seguir.

*WAN Ing. WideArea Network ou rede de grande abrangência geográfica, é o termo que caracteriza uma rede de longa distância

Chaveamento de pacotes

As tecnologias de chaveamento de pacotes são as preferidas dos clientes de serviços de redes de longa distância. Essas tecnologias compartilham a rede da operadora tornando-a mais eficiente e assim reduzindo custos para os usuários. Os enlaces de clientes chegam à operadora e entram em um equipamento denominado multiplex que realiza o compartilhamento através da identificação dos pacotes e enviando-os para a rede da operadora. Na outra ponta, o demultiplex realiza o processo inverso retirando da rede o pacote do cliente na localidade remota (Fig. 10.4).


Pela rede da operadora, chamada de nuvem, trafegam pacotes de todos os clientes através de circuitos virtuais, imitando um circuito ponto a ponto dedicado, porém, com o custo mais em conta para o cliente. São exemplos de tecnologias de chaveamento de pacotes a AsynchronousTransferMode (ATM), Frame Relay, MultiprotocolLabel Switch (MPLS) e MetroEthernet.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Camada de Enlace: Fundamentos e Protocolos

Meios Físicos

Capacidade de um Canal de Comunicação